29|jul|2013 | Joaquim Celestino Ribeiro
Caros camaradas, amigos, apoiantes e simpatizantes do projeto
da CDU,
Neste acto formal de apresentação das listas
candidatas aos diferentes órgãos autárquicos, quer do
município quer das freguesias do concelho de Caminha, quero
lembrar todos os candidatos que no âmbito desta coligação assumiram o mesmo
papel no passado. Muitos continuam hoje connosco, outros, por razões várias, seguem o seu
percurso cívico de intervenção noutras lutas, noutras frentes que
urge atender e para as quais sentem especial necessidade da sua participação. Outros, quis o desígnio da nossa condição humana, já não mais nos poderão acompanhar restando
a saudade e a lembrança do seu contributo.
O projeto da CDU nas autarquias espelha
o quadro da intervenção ampla das forças de esquerda, do
PCP e do PEV, na construção de uma sociedade livre, evoluída e participada,
alicerçada na democracia como princípio ideológico que faz de cada
cidadão um ser autónomo, capaz de decidir por si, pensando
no bem comum, alimentando a esperança de que possamos um dia ver na
representação coletiva a expressão de cada um,
respeitando as capacidades e necessidades individuais, garantindo o uso pleno
da liberdade e da responsabilidade social.
O concelho de Caminha, tal como, grosso
modo, o país, conheceu apenas duas forças partidárias maioritárias na liderança executiva do município, o PS e o PSD. O
resultado está à vista de todos; os vícios de poder, a
prepotência e a ostentação social no uso dos cargos para os
quais foram eleitos são sensações que todos os munícipes sentem, mesmo
os que apoiaram essas maiorias. É usual ouvir da população do concelho comentários que ilustram bem
esta sensação. É fácil ouvir, até de responsáveis desses partidos,
“agora mandamos nós!” ou então “quando vocês mandavam!” ou ainda “nós somos o poder e vocês apenas oposição”, mostrando bem que
entre eles se discute apenas quem manda, ignorando que a decisão popular é superior à sua vontade. É por isso que tantas
vezes não compreendem a obstinação da CDU e a sua
preparação empenhada na representação democrática. É por isso que tantas
vezes a voz da CDU é incómoda porque lembra
que os munícipes de Caminha merecem melhor dos seus eleitos. É por isso também que a CDU goza de
idoneidade, coerência e responsabilidade, liberta de
pseudo-compromissos que apenas perturbam os actos democráticos, em particular
os eleitorais. E é também por isso que a CDU
reconhecidamente assume que nunca esteve contra ou a favor de medidas em
particular tendo por base as maiorias no poder, mas respeitando sempre o seu
projeto, aliando-se a todas as medidas que considerou justas e democraticamente
decididas, contrariando sempre todas aquelas em que o benefício popular não era evidente.
A campanha que brevemente se iniciará será difícil, e só com determinação e coragem permitirá dar os frutos
desejados. Há um ciclo que, por força da lei se deve
encerrar, mas que o PSD já encontrou forma de o contrariar com as
suas candidaturas. Há uma notória gestão de oportunidade
levada a cabo pelo PS. Ambas são legítimas, ambas se
submeterão ao escrutínio popular. Mas ambas farão seguramente uso das
suas estruturas partidárias e da sua mobilização para iludir a
vontade dos caminhenses, dos vales do Âncora e Coura-Minho. Será um fartote de diversão e de argumentação fácil, uns porque
defenderão a continuidade do poder, outros porque, justamente, face
ao avolumar da presença camarária nas dúvidas e desconfianças ao nível da gestão autárquica, julgam ser
imperioso uma mudança, a bem do interesse público, para fazer da
opacidade alguma transparência. É que no domínio da seriedade, a
verdade é que não basta sê-lo, e tal como à mulher de César, é preciso parecê-lo. No entanto a CDU
alerta para que este tipo de campanha, que rapidamente recairá sobre a personalização e o juízo de valores, em
nada contribui para o necessário esclarecimento, e será por isso importante
negar a ilusão e trazer à população do concelho o
necessário esclarecimento.
Para a gestão do município serão eleitos 7
elementos, assumindo a presidência o primeiro eleito do partido mais
votado. Os restantes 6 elementos serão vereadores, no executivo ou em oposição. Até à data, no concelho de
Caminha, apenas existiram vereadores do PS e do PSD, ora uns, ora outros, em
maioria. Daí que a gestão autárquica se tem
efetivamente reduzido à vontade ora do PS, ora do PSD. Importa
que os munícipes de Caminha entendam a necessidade de terminar com este
ciclo; é importante que cada um se questione e pense nos ganhos
democráticos de uma participação da CDU no conjunto dos eleitos para a câmara municipal. Este
cenário é sempre afastado pelo PS e pelo PSD,
logo importa que cada cidadão se questione. Porque temem estes dois
partidos esta possibilidade? Porque teimam, reiteradamente, em apelar ao não voto na CDU, não encontrando razões programáticas que o
justifiquem? A lista da CDU, candidata à câmara municipal de
Caminha, da qual me orgulho de fazer parte, integra elementos de idoneidade
inquestionável, com provas dadas profissionalmente e civicamente, cujo
filme de vida não se fabrica, não se produz retirando fragmentos do que
cada um é, de onde nasceu e cresceu, com quem esteve ou com quem
desejou estar, mas antes se regista na memória coletiva, na
impressão que causa em cada um de nós, no reconhecimento
do trabalho entre os seus pares e na imagem pública que se
preserva. Estamos certos que bastará um eleito da CDU na câmara municipal para
se fazer diferente e seguramente melhor, para se terminar com questiúnculas e domínios de poder, para
se afastar o domínio político-partidário das decisões municipais, para
se respeitar a pluralidade e a diferença de opiniões. Mas para isso é necessário dar mais força à CDU, é necessário que a confiança na CDU e nos seus
eleitos se expresse no voto a 29 de Setembro. Compete a cada um de nós, pelo
esclarecimento, pela interpretação política, levar esta
mensagem aos munícipes. Confiar na CDU é dar-lhe capacidade
de participação neste importante órgão. A câmara municipal não pode continuar à mercê do PS e PSD, caso
contrário pouco mudará na gestão municipal. Apenas
mudarão os protagonistas, o que pode ser até positivo já que permitirá alguma clarificação e uma melhor perceção do estado do município, uma revisão dos acordos e
protocolos vários que eventualmente causam estranheza, mas rapidamente
novo ciclo de vício se iniciará e assistiremos ao filme do costume. Só uma distribuição diferente dos
eleitos na câmara poderá travar esta repetição, esta pescadinha de
rabo na boca, este vira e torna a virar, ora agora mando eu, ora agora mandas
tu, ora agora mandas tu mais eu. Este hábito que sempre
satisfez PS e PSD mereceu já o piscar de olho à possibilidade de
acordos pré campanha eleitoral entre os candidatos desses dois
partidos.
Sabemos que estamos perante uma luta
desigual, qual David contra dois Golias, não pela força da razão mas pela impressão de poder, mas a última decisão será feita no espaço da urna, será na consciência e na reflexão que cada munícipe fará que poderá inverter-se a situação rotativa. PS e PSD
são duas faces da mesma moeda, estão e sempre estiveram
unidos nas piores decisões, e mesmo assim ainda digladiam pela
paternidade dessas mesmas opções. Assim foi na água, abrindo a
possibilidade de privatização e promovendo o aumento das tarifas,
assim foi no acordo estabelecido com a REFER no encerramento das passagens de nível, assim foi nas
obras do portinho de Vila Praia de Âncora, 1ª e 2ª fase, assim foi na
A28 e respetivos acessos, assim foi na venda das participações municipais nas eólicas, e assim foi em
outros tantos negócios para os quais somos convocados a
assistir de bancada a acusações do passado e presente, mas que na
verdade em nada melhoram a nossa condição de munícipes.
Camaradas, amigos e simpatizantes,
A vossa coragem e apoio será um teste de paciência e determinação. Entre o aceno e a
desvalorização quererão por força de outras vontades,
mas nunca a vossa, dissuadir-vos e dissuadir aqueles que vos apoiam. Eles terão a tela, rodarão a película, encenarão e desempenharão o papel de atores
principais, mas são vocês que encherão o cinema ou não, são vocês que decidem se
compram o bilhete para assistir ao espetáculo, são vocês que decidem abrir
ou encerrar o teatro.
Em 37 anos, 25 anos de PS e 12 anos de
PSD, mal seja que uns e outros não tenham obra a apresentar à população. Em 37 anos, 25
anos de PS e 12 anos de PSD, haverá, seguramente, resultados efetivos, que
uns e outros tem a apresentar à população. Mas feitas as
contas, entre o investimento, as dívidas acumuladas, os compromissos
assumidos que se traduzirão em dívida no futuro,
afinal que concelho construíram estes dois partidos? Podem até dizer que temos isto
e aquilo, que temos um rendimento per capita superior ao de outros concelhos,
mas fora o espectro municipal que oportunidades de emprego temos para oferecer
aos munícipes? Que discurso temos para o crescente número de desempregados
no concelho? Que reflexos económicos apresentamos do investimento
feito na marca do município de caminha? Que soluções temos para
dinamizar a fixação dos jovens no concelho? Temos apenas
protocolos e intenções que se alicerçam em possibilidades
que podem vir a correr bem? Continuamos, passados 37 anos, a confirmar que
realmente as coisas não estão bem, porque não funcionaram bem, mas
para o ano é que vai ser, e depois das eleições será ainda melhor!
Caros camaradas e amigos,
A CDU em tempo útil traçou um rumo para o
concelho de Caminha, sustentado em quatro vectores:
I. Desenvolvimento sustentado do
concelho, nas vertentes ambiental, turística, industrial, comercial, agrícola, piscatória, cultural e
educativa/formativa, geradora de emprego.
II. Envolvimento dos munícipes na resolução dos problemas do
concelho, dando-lhe conhecimento dos projectos e programas, apelando assim à participação real das pessoas.
III. Criação de um projecto
integral de intervenção social, alicerçado no trabalho já desenvolvido nesta
matéria, com vista à criação de condições de acesso ao
mercado de trabalho e à erradicação da pobreza e exclusão social.
IV. Motivação dos trabalhadores
da autarquia valorizando o seu papel activo na concretização dos objectivos da
gestão autárquica, favorecendo a sua autonomia.
Mas na verdade assistimos a ações espartilhadas
nestes domínios e perdemos mesmo capacidades em alguns setores, mas
acima de tudo, porque não se promoveu o desenvolvimento
sustentado, as ações não foram geradoras de
emprego fora da esfera da Câmara Municipal. O conhecimento dado aos
munícipes reduziu-se ao boletim de propaganda do executivo camarário, alheando os munícipes da participação ativa como seria a
adoção de orçamentos participativos ou a avaliação trimestral dos orçamentos e apresentação da mesma à Assembleia
Municipal. Reconhecemos algum trabalho feito na área social, sobretudo
no envolvimento alargado das instituições com ação no concelho, e que
a erradicação da pobreza e exclusão social é uma tarefa árdua e longa, mas
muito resta ainda por fazer nas condições de acesso ao mercado de trabalho.
Caminha não pode continuar indefinida, refém de uma outra festa
com relevo. Consideramos que o concelho de Caminha continua o mesmo território indefinido de há anos, sendo difícil encontrar termos
que o identifiquem. A CDU propôs no passado e volta a defender a criação de um documento
orientador que reunirá não só a sua visão para o concelho mas
também a de todos os que nele queiram participar, com maior
relevo para o universo associativo, educativo e formativo, empresarial
(comercial e industrial) e de acção social. É essa definição estratégica do concelho que
deve servir a marca do município com a qual pretendemos fixar a
população e não apenas continuar a ser ponto de
visita, tantas vezes estival.
Camarada, amigos e apoiantes,
Apesar de tudo o que defendemos, da
importância da eleição da CDU para a Câmara Municipal, do
ganho democrático e qualitativo que tal representaria para o concelho de
Caminha, sabemos que é a vossa decisão, a dos vossos
familiares e amigos, dos vossos colegas de trabalho e de todos os que convosco
se relacionam que poderá tornar este objetivo alcançável. Por isso a 29 de
Setembro é importante confiar na CDU, porque afinal, como dizíamos em 2009, o
Trabalho é medido na dedicação da CDU ao longo dos mandatos, mesmo
onde não tem eleitos; a Honestidade é medida na fidelidade
aos princípios, aos eleitores, aos trabalhadores e à população em geral; a Competência é medida na
produtividade que os elementos da CDU têm. Estas são razões para confiar na
CDU dando-lhe o voto. A 29 de Setembro vamos votar CDU!
A 29 de setembro vamos dar mais força à CDU em todos os órgãos. Na Câmara Municipal vamos
garantir, pela primeira vez, a presença da CDU; na Assembleia Municipal vamos
aumentar o número de eleitos dando continuidade a uma representação democrática, empenhada e
responsável, valorizando a intervenção da CDU; na
Assembleia de freguesia de Vila Praia de Âncora vamos aumentar
a nossa participação e garantir que os interesses da
freguesia deixem a subalternidade ao executivo camarário; na União das freguesias de
Moledo e Cristelo vamos assumir uma firme participação nesta nova organização, assim como na União das freguesias de
Caminha (Matriz) e Vilarelho, núcleo territorial que integra a sede do
município; e em Vilar de Mouros, território de importância especial e que
mereceu o pior dos tratamentos depois da CDU ter sido afastada do executivo e
que com o PSD se reduziu a coutada da Câmara Municipal, vamos
inverter a situação e garantir que os vilarmourenses terão novamente a
capacidade de decidir por si os seus interesses e as suas prioridades.
Vamos confiar na CDU! Vamos dar voz aos
caminhenses dos vales do Âncora e Couro-Minho! A 29 de setembro
vamos votar CDU sob as siglas do PCP-PEV!
Viva a CDU! VIVA O CONCELHO DE CAMINHA!
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