sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Posição pública sobre as obras no DÓLMEN DA BARROSA

VILA PRAIA DE ANCORA MERECE MELHOR SORTE!

Foi com espanto que a CDU verificou que uma parte do muro em granito a Poente da Quinta da Barrosa foi demolido e reconstruído um outro alguns metros para o interior.
Em fase seguinte, junto a esse muro, começaram a compactar uma área, com algumas centenas de metros quadrados, definindo um recinto retangular, que na atualidade está com uma placa de cimento. Procedeu-se ainda à demolição duma cabana e eira, que se localizavam junto ao monumento, face à qual a CDU não levanta qualquer questão.
Há algumas décadas que a CDU vem alertando para que esta área seja protegida, tendo apresentado e divulgado projetos de intenção, quer aos órgãos onde se fazia representar, quer mesmo diretamente ao eleitorado. A verdade é que os decisores políticos estiveram sempre indiferentes e por isso se estranha esta operação, uma vez mais pouco esclarecida e menos ainda participada, numa ação que é já uma caraterística do PSD na liderança da Câmara de Caminha, que entende que enquanto estiver legitimamente mandatado pode fazer tudo o que a sua vontade desejar.
 A CDU questiona a razão pela qual os autarcas executivos têm mostrado uma apetência para “dinamitarem” este amplo espaço fechado, que sempre desejámos que por bem estivesse aberto e ao serviço de todos, das crianças aos idosos, e não só para um grupo limitado de utilizadores, factualmente temporais, ignorando a história e a natureza locais. Mas parece que até para os próprios se trata de os esconder, qual gueto, não reconhecendo as suas práticas enquadráveis nas restantes atividades desportivas e recreativas.
Há ideias elementares, económicas e equilibradas, que vão desde plantação de árvores, envolvendo as escolas, como de resto já aconteceu no passado, até à instalação duma iluminação apropriada e que se enquadre com o meio. Entendemos também que as hortas aí instaladas servem como um complemento duma ligação dos naturais ao campo e às necessidades criadas dos dias de hoje, e é um fator pedagógico para os jovens e não só. Daí que o que agora se opera em nada se adequa, considerando mesmo que isto é uma tentativa de destruição, que, a dar razão ao que por aí se ouve, não ficará por aqui, se lhes derem mais anos de poder, porque é assim que o exercício democrático é encarado pelo PSD. 
Para esta Câmara o futuro é o populismo do presente, e o que deve ser feito para que se projete o futuro com futuro, são propaganda demagógica porque não atrai votos.     
Com a área escolar do Vale do Âncora ali tão próxima, com uma triangulação de ligação que permite a transição entre a Quinta da Barrosa e área de REN a sul, as referidas escolas e a área de serviços desportivos, de saúde e militares, perde-se a possibilidade deste espaço funcionar como um oásis para os jovens respirarem “natureza” e com ela aprenderem.
O outro corredor a estudar, com uma área significativa, vai no sentido de corporizar a área prevista no PDM, em vigor desde 1995 e ainda não revisto, que privilegia o equipamento desportivo, referenciando campos de jogos, ténis, pavilhão de jogos e circuito de manutenção. Em conjunto com as áreas referidas acima, constituiria o Parque que esta Vila necessita para o futuro. Mas parece que a indiferença face ao futuro, ao desenvolvimento integral sustentado em dinâmicas de identidade e de capacidade de fruição para todos, é total, e a projeção a longo prazo é notoriamente uma incapacidade deste executivo camarário.
Mas factos são factos, e a verdade é que o povo quis que fosse o PSD a liderar a Câmara por tantos e longos anos. E assim vamos também à realidade e não apenas à nossa vontade de libertar Vila Praia de Âncora da destruição já iniciada na década de 80 do século passado.
Não temos conhecimentos que a DIRECÇÃO REGIONAL DE CULTURA DO NORTE tivesse dado algum parecer favorável ou não, porque não existe nenhuma placa identificativa da intervenção, e por tal há indícios que esta entidade poderia não ter sido ouvida.
Nós sabemos, mas sentimos e vemos o que será uma ação concertada e típica dum período eleitoral, pois prometem até o impossível para assim iludirem os votantes, porque tudo é publicitado com pompa e circunstância, mesmo infringindo-se a lei, se for esse o caso.
Temos de estar alerta para que estes e outros desvarios não aconteçam.
A CDU pensa que o espaço envolvente ao Dólmen não pode nem deve ser pejado de artificialismos nem áreas estanques, reconhecendo nós que tem características próprias de um parque de cariz natural e cultural.
Este princípio até se coaduna com o período de crise que atravessamos, o que para quem nos administra não parece, pois o que muitos Ancorenses idealizaram para o local passa tão só e apenas por uma melhoria do espaço visual, que deverá ser arrelvado, deter mais árvores autóctones, tornando-o mais frondoso, ser objeto de colocação e posicionamento de mais suportes de sacos de lixo, torneiras de água, ser ampliado o número de mesas e bancos idênticos aos existentes, instalação de WC, criação de um espaço museológico do Vale do Âncora, a ser criado, aproveitando as ruínas duma casa existente no perímetro da quinta, e ainda a disponibilização de áreas para jogos tradicionais, etc.
A CDU pensa ser possível, com um acompanhamento técnico especializado, redefinir a mamoa envolvente ao Dólmen da Barrosa.
Os Ancorenses pretendem um espaço natural de que todos possam usufruir, nós, os habitantes permanentes, e quem nos visita, pois estes não pretendem o frenesim duma cidade, mas sim o que estes espaços de contacto com a natureza e com a cultura podem fornecer.
Sonhamos ter uma área que irradie a vertente dos serviços com escolas e suas infra-estruturas, pavilhão, piscinas e court de ténis, serviços de saúde e GNR, e outra mais a Norte de cariz desportivo, valorizando a história, a cultura e a natureza. Este executivo PSD pretende destruir este sonho!


CDU – Coligação Democrática Unitária
AGOSTO 2013

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