domingo, 6 de outubro de 2013

Eleições Autárquicas 2013

Os aparelhos de propaganda dos partidos são uma estrutura impressionante. Antes mesmo do período eleitoral, propriamente dito, “outdoors” de grandes dimensões já anunciavam os propósitos de candidatura de determinados candidatos. Fotografias bem concebidas, textos bem distribuídos, faziam prever uma vontade de projeção para além do simples ganhar a Câmara.

O candidato bem preparado leva-nos a pensar numa equipa atenta, profissional e estudiosa, preparada para lidar com grandes anseios, ditos, e subconscientes, da população. O discurso do candidato relega-nos para um percurso pensado com metas razoavelmente definidas.

Perante isto pequenas estruturas locais, de outros partidos, ou independentes, ficam desprotegidas para poderem lançar as suas ideias. Por mais boa gente que sejam, que o seu  percurso de vida ateste da sua honestidade e competência, ficarão sempre em inferioridade. Mesmo vivendo e investindo toda a sua vida profissional, familiar e das ideias, na localidade onde sempre viveram, não têm meios para fazer face aos grandes profissionais da política que fizeram percurso fora, na “escola dos profissionais da política”, para chegarem sedutoramente a pequenas localidades, rendidas pelo mediatismo e brilho do poder subentendido, e tão sabiamente transmitido. Hoje a história de manipulação de massas e de concretização de poderes é uma profissão estabelecida para alguns, estudada por outros, manipulada por muitos e investigada a nível mundial.

A CNE (Comissão Nacional de Eleições), na sua interpretação da lei eleitoral, (uma lei que visa colmatar estas óbvias vantagens, à partida, de Partidos que investem grandes meios no seu lançamento), ao permitir a inviabilização de debates porque um candidato resolve faltar, (faltar apesar do compromisso inicial), favorece automaticamente caminhos ardilosos de perverter a lei.

Quando grandes estruturas dos media,  como as televisões pública e privadas de grande impacto, declaram não ter condições, nem tempo de antena para todos os partidos a concorrer, deixam-nos mais apreensivos ainda.

Embora, muitas vezes, a população tenha premiado aquelas “Antenas” que foram abertas à discussão de todos, refletindo audiências acima da média quando a abertura foi total, a todas as forças vivas da sociedade, partidárias, ou independentes. Saber jogar com os tempos e audiências é, afinal, a profissão destes gestores de canais televisivos e a sua discordância (os de maior capital) a este princípio (de igualdade de oportunidade e discussão) assusta-nos, pelos lobbies instalados que se adivinham, habituados a ouvir sempre os mesmos, as mesmas ideias, os mesmos políticos os mesmos comentadores, os mesmos exemplos, as mesmas soluções, os mesmos caminhos. Que país pode avançar com estes pressupostos e preconceitos?

A lei de limitação de mandatos dá-nos alguma esperança na renovação, e “refreshment” das pessoas. Mas das ideias, será que sim?

Fiquemos então na esperança e expectativa!

Nada nos move contra quem mostra competência e modernidade no abordar dos novos desafios que a sociedade nos propõe.

Pelo contrário, sobretudo se, a essa responsabilidade dirigente autárquica, corresponde  honestidade , sentido de Estado , e um desempenho para a melhoria das condições de vida de  toda uma população, terão o nosso incentivo.

Entretanto, esperamos continuar a trabalhar e a contribuir civicamente para um mundo melhor, mais democrático, mais justo, mais livre, mais ecológico, mais “sábio”, mais feliz para todos.

E sobretudo a não desprezar a aposta na literacia, do quotidiano, na cultura, no saber, na formação, que serão sempre fatores fundamentais para uma visão crítica e livre, de escolha consciente. E ainda, também, fatores de criação de emprego, de novas oportunidades e de reivindicação do direito a um país normal, moderno, que se desenvolva aproveitando todas as suas mais valias, humanas (e não só), em vez de as exportar como desperdício, para outros países, provocando emigração em todo esse potencial de jovens, de saberes, de energia, e descaracterizando e empobrecendo o que poderia ser fonte de muita riqueza e evolução positiva.

E, ainda que, democraticamente rendidos, por força das circunstâncias, nem por isso convencidos da falta de força da nossa justa forma de refletir, e encarar, o mundo, aqui estamos para colaborar na construção do que entendamos, e a sua população confirmar, ser o melhor caminho para o progresso e desenvolvimento do concelho de Caminha, dos seus cidadãos, e das suas expectativas. 


Luísa Quintela | CDU - Coligação Democrática Unitária | Caminha

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